Campanha #SouMaisPapel dá destaque para artigo do presidente Levi Ceregato que fala sobre a ligação do papel com a Educação e a “ameaça” de tributação dos livros.
EM DEFESA DOS LIVROS E DOS CADERNOS, PELA EDUCAÇÃO
O produto mais popular que tem origem nas florestas plantadas é o papel. Ele é fundamental. É ferramenta de preservação do meio ambiente, veículo de comunicação e de facilitação organizacional, meio de propaganda, de transmissão de conhecimento e também matéria prima de embalagens para produtos de qualquer natureza. O papel pode ser usado de milhares de maneiras diferentes. É um dos produtos mais versáteis inventados pelo homem pela sua multiplicidade de formas, tipos e utilidades. Mas é na Educação que encontramos a maior convergência entre a importância e os benefícios do papel, com a campanha que a ABIGRAF subscreve com as mais importantes entidades de nossa cadeia produtiva. #SouMaisPapel é uma conquista da sociedade brasileira.
Enaltecer as virtudes do papel, estabelecer as verdades sobre o produto e informar a importância de sua utilização para os mais diversos segmentos da sociedade, são alguns dos objetivos da campanha #SouMaisPapel. Mas a campanha também é um antídoto que utiliza a verdade para combater mentiras, principalmente sobre danos ambientais que o produto não causa. Papel é tecnologia à serviço da sociedade e do meio ambiente. #SouMaisPapel é uma campanha de Educação.
E são justamente alguns produtos feitos de papel as ferramentas mais importantes da história da Educação. A Indústria Gráfica brasileira produz aproximadamente 1,4 bilhão de reais por ano em cadernos, que são utilizados por cerca de 48 milhões de estudantes (Censo Escolar 2019), além daqueles que usam cadernos para as mais diversas tarefas. O mercado de livros é ainda maior: gráficas, editores, distribuidores e autores faturam, por ano, cerca de 5,7 bilhões de reais. São mais de 430 milhões de livros produzidos por ano, sejam eles de literatura, didáticos ou religiosos (Pesquisa da CBL e SNEL , via Nielsen). É um mercado gigantesco, porém com importância que vai muito além da questão econômica. O papel é fundamental para a Educação, facilita o crescimento pessoal e a ascensão social, além de trazer benefícios sociais, culturais e econômicos imensuráveis. Não há desenvolvimento sustentável sem a utilização do papel. #SouMaisPapel é desenvolvimento.
Pelas várias qualidades que possuem, todos os produtos feitos de papel devem ser defendidos pela sociedade e é isso que nossas entidades, capitaneadas pela Ibá, estão fazendo. Porém, há um produto específico feito de papel que precisa dos esforços urgentes de toda a nossa cadeia produtiva para continuar cumprindo o seu papel como ferramenta de Educação: o livro. Não é preciso explicar a importância do livro para a humanidade. #SouMaisPapel escreve a história.
A Constituição de 1946 estabelece que livros são isentos de impostos. Foi uma conquista da sociedade brasileira depois de um movimento iniciado pelo escritor Jorge Amado. Desde 2004, através da Lei 10.865, os livros ficaram isentos também de PIS e COFINS, “contribuições” que a fúria arrecadatória dos governos nos faz engolir como se não nos fossem, de fato, impostos. Nas últimas semanas, a notícia de que o governo pretende voltar a tributar os livros através da nova CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que tramita no Congresso em regime de urgência, acendeu a luz vermelha da sociedade civil. A ABIGRAF apoia incondicionalmente a campanha #SouMaisPapel, mas não poderia deixar de convidar a todos para se unirem também em defesa do livro, um produto milenar e imprescindível para a civilização e que não pode ter seu acesso dificultado por aumento de preços. #SouMaisPapel, em defesa do livro.
O escritor Mariano José Pereira da Fonseca, o Marquês de Maricá, disse há mais de duzentos anos que “O futuro é como papel em branco em que podemos escrever ou desenhar o que queremos”. Acrescento que podemos usar preferencialmente um lápis, outro produto popular que também tem sua origem em florestas plantadas.
Levi Ceregato, presidente da ABIGRAF – Associação Brasileira da Indústria Gráfica.