Algumas demandas históricas da indústria gráfica tiveram avanços significativos em 2014 e prometem impactar positivamente a competitividade do setor. Um exemplo foi a redução de 14% para 2% do imposto de importação de 91 máquinas e equipamentos gráficos sem similar nacional. A medida – oficializada pelas Resoluções Camex 58, 59, 79, 80 e 91 – tem caráter ex-tarifário e vai vigorar até o final de 2015. Mesmo com prazo limitado, dará às gráficas nacionais um fôlego para modernizar seus parques ao longo do próximo ano.
Ainda em nome do resgate da competitividade, o setor acredita no fortalecimento da indústria e no desenvolvimento do diálogo em defesa dos interesses comuns na cadeia produtiva da impressão. Por isso, participa ativamente de fóruns como a Rede Setorial da Indústria e o Fórum Nacional da Indústria – ambos no âmbito da Confederação Nacional da Indústria (CNI) – e criou o Grupo de Líderes da Indústria Gráfica, que visa facilitar o estabelecimento de network e o diálogo direto entre fabricantes de maquinários e insumos gráficos com seus clientes.
“O Brasil é um dos mercados mundiais mais promissores para a indústria gráfica e deve se tornar o oitavo maior do mundo até 2017, de acordo com estudo da Unidade de Inteligência da revista inglesa The Economist. É uma oportunidade de consolidação para as empresas do setor, mas precisamos criar condições para aproveitar esse bônus, o que depende da integração virtuosa de toda a cadeia em favor da competitividade”, afirma o presidente nacional da Abigraf, Levi Ceregato. Segundo essa projeção, os segmentos com melhores oportunidades de crescimento são embalagens, rótulos, etiquetas e revistas.
A redução na importação de impressão de livros foi outro campo que registrou avanços. No acumulado de janeiro a novembro, essas importações somaram US$ 6,1 FOB, correspondentes a 2,3 mil toneladas de produtos. Esses resultados são 4% menores em valor e 10% menores em produção do que os registrados no mesmo período de 2013. Recortando apenas China e Hong Kong, a queda na produção de livros brasileiros nesses países recuou 12%.
Negociações com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, com o Ministério da Educação e Cultura e com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação resultaram no estabelecimento de prioridade para produtos impressos em gráficas brasileiras nas compras para o Programa Nacional do Livro Didático, assim como inclusão, nas licitações públicas para compra de livros didáticos e cadernos, da exigência de declaração que os mesmos foram impressos em papel com certificação Cerflor ou FSC.
Com o mesmo objetivo, há ainda em tramitação no Congresso o projeto de lei PL 7867/14, que prevê a obrigatoriedade de impressão no Brasil de livros didáticos adquiridos no âmbito do Programa Nacional do Livro Didático ou similares e de obras beneficiadas pela Lei Rouanet. “Não podemos permitir que o dinheiro público seja utilizado para gerar empregos no exterior, enquanto o segmento editorial brasileiro, que paga impostos e gera empregos, atravessa uma crise severa”, defende Ceregato.