01 de abril de 2020

Carta aberta ao mercado e governos

“NÓS CONTINUAMOS TRABALHANDO, SEMPRE EM FAVOR DO BRASIL”

Nós, gráficos brasileiros, não estamos de quarentena. Nossas impressoras continuam rodando jornais, livros, folhetos, rótulos e embalagens para o agronegócio e para os produtos que todo brasileiro usa em seu cotidiano, para limpeza, higiene pessoal, alimentação e, claro, medicamentos. Nossos colaboradores vão e voltam de suas casas, onde as famílias seguem abrigadas buscando proteção contra a pandemia, todos os dias expondo-se ao risco que é comum a todos os brasileiros. Nós não podemos, não queremos e não vamos parar, pois sabemos de nossa responsabilidade com o consumidor brasileiro, com nossos clientes e com nossas famílias. E prestamos aqui nossa solidariedade e agradecimento àqueles profissionais cujo trabalho é essencial à vida e a segurança da nação, em especial aos da área de Saúde, valorosos desde sempre e mais necessários do que nunca.

Desde o início da pandemia de Covid-19 a principal preocupação de nossa entidade foi manter todos os nossos associados bem informados sobre recomendações de saúde pública e as decisões fiscais e tributárias do Governo que afetam, ajudam e tentam minimizar os impactos da crise para as empresas. Cumprimos nosso papel à risca. Mesmo em home-office desde o início da semana passada, nossos departamentos Jurídico, Administrativo e de Relações com o Mercado continuam a todo vapor. Foram mais de uma dezena de comunicados distribuídos aos nossos associados para que todos tenham segurança jurídica para literalmente salvar suas empresas e os empregos de seus colaboradores no momento mais delicado da nação desde a segunda-guerra mundial.

Muito embora estejamos respeitando as orientações governamentais de manter o maior número possível de colaboradores protegidos do Coronavírus em suas casas, e parte significativa dos empresários de nosso setor tenha adotado medidas extras de proteção, como providenciar transporte exclusivo para seus colaboradores indispensáveis nas linhas de produção, precisamos que o Brasil volte ao trabalho o quanto antes. Mas com responsabilidade e de maneira que o risco de contaminação seja reduzido ao máximo possível. Sabemos que teremos pela frente mais algumas semanas extremamente difíceis e temos garra, coragem e esperança para seguir em frente, com fé em Deus e confiança nas nossas autoridades.

Mas precisamos que os governos façam mais. As medidas anunciadas na última sexta-feira, que beneficiam pequenas e médias empresas, com faturamento entre 300 mil e 10 milhões de reais por ano, são um alento à parte significativa dos empresários e trabalhadores brasileiros. Porém, no ramo gráfico, 97% das quase 18 mil empresas instaladas no território nacional e que geram mais de 170 mil empregos diretos, são micro e pequenas empresas que não atingem o patamar de faturamento para se beneficiar das concessões governamentais.
Em face disso, enviamos ao BNDES no último dia 27 de março, ofício (segue abaixo) pedindo agilidade na liberação dos benefícios para que nossos associados possam vencer essa crise da melhor maneira possível e os trabalhadores de nosso setor continuem empregados.

Essa crise certamente vai passar. Reiteramos nossa confiança nas autoridades das três esferas de poder, nossa esperança na ciência e nossa vontade de continuar trabalhando duro, como sempre fizemos, pelo bem do Brasil.

Levi Ceregato, presidente da ABIGRAF Nacional.

OFÍCIO AN 088/2020

Sr. Gustavo Montezano Presidente BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
Ref.: Indústria Gráfica Brasileira – Medidas Emergenciais do BNDES

Prezado Presidente,

A Associação Brasileira da Indústria Gráfica – ABIGRAF Nacional, entidade federativa fundada em 1965 e que congrega o empresariado gráfico, representando aproximadamente 18 mil indústrias gráficas, sendo em sua imensa maioria empresas de micro e pequeno portes, responsáveis pela geração de mais de 172 mil empregos diretos, por seus presidentes infra-assinados, vem respeitosamente expor e solicitar o quanto segue:

O aumento do número de casos do novo Coronavirus (Covid-19) em nosso país nos últimos dias tem exigido providências urgentes para evitar picos de contaminação, com repercussões econômicas, políticas, sociais e jurídicas.

Neste cenário, no qual o governo federal inclusive já aprovou junto ao Congresso Nacional a decretação do Estado de Calamidade Pública, levamos ao seu conhecimento que muitos clientes das indústrias gráficas brasileiras estão cancelando ordens de compra e informando que suspenderão os pagamentos ou terão que renegociar as condições de suas duplicatas devido às reduções de suas receitas, problema para o qual não há nenhuma perspectiva de normalização em curto prazo.

Desta forma, é imprescindível que o BNDES atue fortemente junto aos agentes financeiros do país, a fim de que esteja disponível imediatamente a Linha de Crédito para Capital de Giro nas condições amplamente divulgadas, bem como também a possibilidade de suspensão por prazo de até 6 (seis) meses das amortizações de empréstimos contratados junto ao BNDES.

Ocorre que estamos recebendo diversas reclamações, em especial de micro e pequenas empresas, as quais alegam estar se dirigido a diversas instituições bancárias para negociar em conformidade com as medidas emergenciais do BNDES mencionadas acima, porém, as agências das instituições bancárias estão alegando desconhecimento e ofertando, em um momento de extrema fragilidade das indústrias gráficas, linhas próprias de financiamento com taxas bastante elevadas e impraticáveis de serem assumidas, em especial, no atual momento em que se enfrenta uma crise sem precedentes no país e no mundo.

É importante ressaltar que a utilização destas medidas emergenciais divulgadas pelo BNDES é vital para a sobrevivência e recomposição do fluxo de caixa da imensa maioria das indústrias gráficas brasileiras, e a consequente sustentabilidade financeira do nosso setor, que emprega centenas de milhares de trabalhadores.

Certos da compreensão do aqui exposto, aguardamos retorno quanto a este pleito de providências URGENTES e reiteramos nossa intenção de manter um diálogo permanente, buscando sempre encontrar soluções capazes de promover e assegurar a manutenção do equilíbrio e estabilidade em nosso mercado. Estamos certos que esta gravíssima crise será superada, graças aos esforços conscientes do poder público, da iniciativa privada e da população brasileira. Agradecendo antecipadamente sua atenção, reiteramos nossa estima e consideração.

Levi Ceregato, presidente da Diretoria Executiva.
Julião Flaves Gaúna, presidente do Conselho Diretivo.

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