Comentando tendências durante o 16º Congraf, os representantes da Drupa, Werner Mathias Dornscheidt e Claus Bolza-Schünemann – respectivamente, CEO da Messe Düssenldorf, organizadora da maior feira mundial de equipamentos gráficos e presidente da edição de 2016 do evento – apontaram como mercados em crescimento a impressão de embalagens, que deve aumentar 7,5% ao ano na próxima década; a industrial e funcional, com foco na integração de processos e personalização; a impressão 3D, que promete crescer 25% ao ano no próximo período e traz para o setor gráfico a possibilidade de atuação em novos mercados, como o médico, de automação e automobilístico.
No mercado imediato, os organizadores da Drupa apontaram alta demanda para a impressão direta em garrafas, latas, azulejos e tecidos, que impulsionam a impressão digital e o mercado de tintas à base de água e UV. A impressão ótica é outra modalidade com boas perspectivas, em substituição aos rótulos e etiquetas convencionais, além da impressão focada no conceito de indústria 4.0, que atende de forma personalizada e integrada aos sistemas dos clientes.
A abertura ao novo e a necessidade de adotar atitudes centradas nas expectativas e necessidades do consumidor, foram os focos das palestras de Gisela Schulzinger e Thiago Gomes de Almeida, respectivamente, presidente da Associação Brasileira de Embalagem (Abre) e professor do Instituto Brasileiro de Mercado e Capitais do Rio de Janeiro (IBMEC/RJ). Ambos frisaram que a inovação não se limita a equipamentos e só existe em ambientes que não são hostis a falhas. Precisam fazer parte da cultura da empresa. Outra dica: inovar também não é mais questão de estratégia ou de diferenciação, é necessidade, mas só tem valor se trouxer benefícios perceptíveis aos usuários.
Encerrando as palestras do segundo dia, o israelense Rafi Albo, CEO da Segmarketing, deu um puxão de orelha nos brasileiros. Segundo ele, as indústrias do setor não hesitam em investir R$ 2 milhões em um equipamento mais moderno, mas não investem R$ 5 mil em treinamentos que levem ao desenvolvimento de conteúdos gráficos inovadores. Essa distorção faz com que, ao receber um visitante em sua gráfica, o industrial brasileiro direcione as atenções para as máquinas e não para os produtos que cria e que são seu verdadeiro negócio. Albo discorreu sobre mercados em expansão, como os de personalização e codificação sequencial (QR).