19 de setembro de 2025

III Seminário Internacional Gráfico debate mercado editorial, futuro e integração do impresso com o digital na Casa Firjan (RJ)

A coexistência entre digital e offset é uma tendência no mercado gráfico e editorial, na opinião de especialistas que participaram do III Seminário Internacional Gráfico – Por trás de cada página, um mundo de conexões, realizado nesta quarta-feira (17/9), na Casa Firjan.

O evento reuniu cerca de 500 do setor, editoras, autores e leitores para debater sobre as inovações e tendências do mercado editorial, tanto no Brasil quanto globalmente, foram debatidas, na Casa Firjan. Durante a manhã, mesas de diálogo contaram com a participação de grandes autores, como Itamar Vieira Jr. e Eliana Alves Cruz, ambos vencedores do Prêmio Jabuti, além da cantora e autora Zélia Duncan.

Outro destaque foi a importância do fortalecimento do mercado editorial brasileiro, que se insere nas comemorações do Rio como Capital Mundial do Livro.

Na abertura do seminário, o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, enfatizou a importância do encontro para o reposicionamento estratégico da indústria gráfica fluminense, visando colocá-la na liderança do mercado nacional. Ele anunciou que o Centro de Referência em Gráfica da Firjan SENAI SESI, no Maracanã, continuará oferecendo cursos gratuitos para formar profissionais qualificados e expandir o acesso à educação por meio de escolas móveis em todo o estado.

“O verdadeiro foco do mercado editorial é o leitor, que consome variados tipos de materiais, desde didáticos até literários. A Firjan SESI está comprometida com iniciativas que fomentem a leitura e a literatura, incluindo o Prêmio Rio de Letras, que, por meio de uma parceria com a Academia Brasileira de Letras e a Secretaria Estadual de Educação, mobiliza alunos do ensino médio, promovendo a leitura e a escrita criativa”, comemorou a iniciativa.

Caetano destacou, ainda, que o seminário visa promover um debate abrangente sobre toda a cadeia produtiva do livro, desde produtores a leitores. O presidente afirmou que, mediante a troca de conhecimentos sobre comportamento de consumo, tendências e novas tecnologias, a Firjan busca reposicionar a indústria gráfica do estado do Rio de Janeiro, estabelecendo metas para torná-la líder no mercado nacional.

“Este evento foi um espaço de reflexão e encontro de toda a cadeia do livro – autores, editores, designers, gráficos, que juntos transformamos ideias em impressos para transmitirmos cultura e conhecimento. Nosso setor tem papel central na vida cultural e econômica do estado. O Rio de Janeiro abriga uma ampla rede de gráficas, espalhadas pela maior parte dos seus municípios, e que têm papel expressivo na produção editorial do país”, explicou Carlos Augusto Di Giorgio Sobrinho, presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas do Município do Rio (Sigraf).

Já a vice-presidente do Sigraf, Renata Daflon, salientou a força da indústria gráfica fluminense. “Hoje, celebramos a grandiosidade que a nossa indústria merece. É um orgulho testemunhar o destaque que o mercado editorial carioca recebe, com muitas gráficas editoriais de excelência que merecem reconhecimento”, discursou.

Daflon reafirmou o valor da indústria do estado do Rio, “que gera prosperidade para todos que acreditam no poder das páginas impressas, seja para contar histórias que emocionam, ensinar por meio de apostilas que formam gerações ou oferecer um refúgio único através de narrativas bem contadas”, acrescentou.

O III Seminário Internacional Gráfico – Por trás de cada página, um mundo de conexões também proporcionou intervenções artísticas, enfatizando a conexão entre autores e leitores, além de contar com a distribuição de um jornal impresso sobre o seminário. A exposição interativa intitulada “De onde vem o livro que você lê?” ofereceu aos participantes uma experiência imersiva com óculos 3D, explorando a história do livro e da tecnologia gráfica, desde Johannes Gutenberg até os dias atuais.

Outra atividade foi um hackathon criativo, onde alunos do curso Técnico em Design Gráfico, do Centro de Referência em Gráfica Firjan SENAI SESI Maracanã, tiveram a oportunidade de criar a arte da capa do livro Rio de Letras 2025.

Na segunda parte do evento, várias mesas-redondas discutiram os desafios e tendências para o setor.

No painel “Visão global: tendências e inovações no mercado gráfico e editorial”, Emma House, do Grupo Oreham, da Inglaterra, pontuou que o mercado gráfico editorial está passando por mudanças, com muitas tendências, muitos desenvolvimentos que vão formar o modo como será no futuro. Mas já adiantou que o mercado, estimado em cerca de US$ 151 bilhões em 2024, deve crescer por volta de 5% até 2030. O Brasil, segundo Emma, está definitivamente no top 10 da publicação global.

“O crescimento está acontecendo em diferentes gêneros, como novelas e mangás, livros religiosos, para crianças e itens de colecionadores, que é a mais nova tendência atualmente. Além do aumento na demanda dos personalizados”, explicou a especialista, que também falou sobre novas legislações com foco sustentável, o impacto de desastres naturais e de guerras na logística de distribuição ao redor do mundo, além da questão das tarifas, e as tendências do setor baseadas em Inteligência Artificial (IA).

Nathália Coelho, pesquisadora do Laboratório de Tendências da Casa Firjan, mediou este painel, que apresentou um panorama global e brasileiro sobre as inovações que estão transformando o mercado gráfico editorial. Ela adiantou que, em breve, será lançado um estudo sobre tendências específicas para o setor gráfico, que está sendo produzido em parceria com o Centro de Referência em Gráfica da Firjan SENAI SESI, no Maracanã.

Dante Cid, presidente do Sindicato Nacional de Editores de Livros (SNEL), que patrocina três importantes pesquisas: a de produção e vendas das editoras, a que verifica os resultados em pontos de vendas e a retratos da leitura, que mapeia os hábitos no Brasil, ao estilo do censo, mostrou resultados relevantes.

O mestre em inteligência artificial apresentou a série histórica de produção e vendas e destacou que o digital não é inimigo do impresso, no caso do Brasil. O digital aqui nunca passou de 5% ou 6%. Só no último levantamento, ele chegou a 9% no país porque a pesquisa incluiu os didáticos no digital.

De acordo com a pesquisa do SNEL, as maiores quedas foram as dos livros universitários e as dos didáticos, porque algumas escolas estão adotando apostilas e formas alternativas de acesso ao conteúdo. “A atenção realmente está no que vai acontecer nos próximos anos com esses segmentos, especialmente o didático, que é tão relevante para a indústria gráfica”, complementou.

Mediado por Sandra Rosalen, da Universidade de Wuppertal, na Alemanha, o terceiro painel do seminário debateu a Impressão Inteligente: Tendências e Tecnologias que moldam a Indústria. Francisco Calvache, da HP da Espanha; Luis Iglesias, gestor da divisão de Produção na Gomaq; Paulo Faria, CEO da Koenig & Bauer do Brasil; e Silvia Montes, presidente da Heidelberg do Brasil, apostam no casamento do digital com o offset nos próximos dois ou três anos.

Para Silvia, as duas tecnologias vão coexistir. “Em termos de avanços tecnológicos, continuarão existindo. Mecanicamente no offset mais limitado, mas com muita integração, muito software, muita inteligência artificial, o que traz produtividade. E o digital também inova, melhorando cada vez mais a qualidade e tendo mais integração”.

Na opinião de Faria, “as offsets vão ficar mais digitais no sentido de que o digital entrega velocidade, acerto e tudo. E as digitais vão ficar mais offsets em termos de qualidade, confiabilidade, robustez. As duas tecnologias vão conviver. Já temos essa mesma máquina, como a Inkjet em uma plataforma de offset, tendo o melhor dos dois mundos, tanto para embalagens quanto para o editorial”, disse.

Calvache acredita que a offset está crescendo com grande apoio do digital. “Hoje a diferença entre as impressões digitais e offsets não é mais tão grande, principalmente porque há produtos em sobreposição, como KBA e HP, que estão desenvolvendo uma plataforma digital. Provavelmente, a combinação de ambas as coisas vai dominar o dia a dia”.

Para Iglesias, “trata-se de uma tendência que já vem acontecendo e que deve evoluir. O jato de tinta, por exemplo, ainda tem muito que evoluir. Daqui a dois ou três anos, acredito que as máquinas serão mais compactas. Esse é um caminho”.

Fonte: FIRJAN

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