16 de dezembro de 2020

Sigep/Abigraf-PR e Abigraf Nacional promovem webinar sobre margem de contribuição

Apesar de ser um dos pilares para uma boa lucratividade, há um senso comum de que muitas empresas não conhecem efetivamente as margens de contribuição de seus produtos. Para colocar luz sobre o tema, o Sigep/Abigraf-PR (Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado do Paraná e Associação Brasileira da Indústria Gráfica – Abigraf Regional Paraná), em parceria com a Abigraf Nacional, realizaram no último dia 15 o webinar “Margem de contribuição saudável está dentro do seu kit de sobrevivência?”.

O evento online surgiu depois de debates e constatações sobre a necessidade da indústria gráfica melhorar seus lucros, praticamente congelados nos últimos quatro anos. “Não temos conseguido corrigir nem a inflação, por outro lado os custos com insumos e outras despesas vêm aumentando. Com a pandemia, as gráficas tiveram grande redução de faturamento e as margens, que eram apertadas, ficaram ainda mais achatadas. Precisamos ter lucro e vejo com alegria o entusiasmo dos empresários gráficos em discutirem este tema”, disse o presidente do Conselho Executivo da Abigraf Nacional, Levi Ceregato, na abertura do webinar.

O presidente do Sigep/Abigraf-PR, Edson Benvenho, afirmou que o objetivo de fazer o evento online agora no final do ano foi o de chamar a atenção de todo o setor para o problema que, segundo ele, vai nortear as ações das entidades em 2021. “Melhorar as nossas margens será uma das bandeiras que vamos levantar no próximo ano. De um lado temos os fornecedores recuperando suas margens e de outro os clientes querendo redução de custos. No meio dessa corda estamos nós, empresários gráficos, precisando aprender a trabalhar com essa tensão toda para conseguirmos melhores resultados. Temos que reagir para nosso trabalho não virar commoditie e o primeiro passo foi organizar este encontro online”.

As informações foram passadas pelos especialistas em gestão de projetos, Cinthia Pazin, da Zero Branco Consultoria, e Cesar Costa, da Vincere Business Consulting, ambos de Curitiba. De imediato, Cinthia passou o conceito sobre o que é margem de contribuição gerencial, resumindo que é o resultado das receitas líquidas, menos custos variáveis e menos despesas variáveis. “O importante é conhecer a margem de contribuição para manter ou não um produto no portfólio, definir preços, analisar produtos e serviços de acordo com a rentabilidade e identificar volume de vendas necessário para pagar os custos estruturais e ter lucro no negócio”, explicou a consultora.

Numa análise do setor gráfico, Cinthia Pazin trouxe números preocupantes. No acumulado de 2012 a 2016, segundo o Panorama Setorial da Indústria Gráfica, de 2019, a margem de contribuição foi amassada pela evolução dos custos e despesas (aumento de 13,96%) e pelos custos de insumos (aumento de 11,19%), enquanto a receita liquida aumentou 8,33%. “Ou seja, por mais que tenha havido resultados com a receita líquida, os custos vão muito além, achatando cada vez mais a margem de contribuição. Por isso, é importante que o empresário gráfico tenha ciência dos seus resultados e se pergunte sobre a margem atual que tem, se ela é boa, que peso o aumento dos insumos tem sobre a margem e como trabalhar para melhorar os resultados”.

Com o cenário apresentado por Cinthia Pazin, o consultor Cesar Costa enfatizou a necessidade de se sistematizar as margens de contribuição. O primeiro passo, segundo ele, é ter a consciência que a margem de contribuição é fruto de um planejamento e foco dos gestores da empresa. “A margem não é um resultado que vai aparecer no final do balanço financeiro, ela tem que ser construída com base em um planejamento para manter a empresa viva no mercado”, disse Costa, ressaltando que depende de muitos fatores, mas que, em média, uma margem de contribuição saudável fica acima de 48%.

Nessa construção da margem, o consultor destacou quatro pontos importantes. O primeiro é o fortalecimento da gráfica dentro do seu raio saudável de atuação. Segundo ele, como geralmente a gráfica tem abrangência regional, ela deve se tornar a mais competitiva possível regionalmente – segmentando produtos, por exemplo – antes de tentar ultrapassar fronteiras. Assim, disse Costa, ela já se protege dos competidores que possam querer entrar no seu raio de atuação.

O segundo passo, de acordo com Costa, é definir um mix de comercialização saudável para a empresa. Seria fazer uma classificação dos produtos de cada segmento de atuação e dividi-los em clusters (como se fossem grupos) baseados em fatores como estrutura de produção, de armazenamento e de distribuição. “Esta divisão traz equilíbrio para a empresa em relação aos seus ativos de operações e também entre as margens de contribuição, praticadas em cada cluster. Isso torna a margem de contribuição interna da empresa mais previsível mês a mês”.

O terceiro passo é a empresa ser mais assertiva no processo de orçamentação na composição das margens. Segundo Costa, isto significa que os orçamentos têm que refletir fielmente a realidade do que está na ordem de serviço para ser produzido, evitando desperdícios. Por fim, o último passo é ter gestão, controles e indicadores. “Será que eu preciso ter todos os equipamentos ocupados ou eu preciso de mão de obra flexível para ocupar os equipamentos que eu preciso ocupar naquele momento? Para isso, é necessário ter colaboradores multifuncionais. Outro ponto, é que os controles criados devem mapear claramente os custos que prejudicam a margem de contribuição planejada na orçamentação, como perdas de insumos, reimpressões, horas extras, devoluções por erros internos entre outros”.

Para se atingir esses passos com mais eficácia, o consultor ponderou que a empresa precisa ter uma controladoria industrial, que vai aferir se o trabalho está sendo feito. “Com ela, se busca eficiência operacional, equilíbrio entre os requisitos do cliente e margem de contribuição, resultados financeiros mensuráveis, validação do posicionamento estratégico do negócio, além de tornar o executivo o stakeholder da mudança na gestão do negócio”.

Ao fim do webinar, o presidente do Sigep/Abigraf-PR reforçou que esse foi apenas o primeiro encontro sobre o tema. “Estamos iniciando a discussão, mas, com certeza, vamos continuá-la ao longo de 2021, pois não dá mais para o setor gráfico viver praticando as margens atuais”.

Fonte: RTPress Comunicação

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