No primeiro dia de visita à DRUPA, o professor Elcio de Sousa e o professor Enéias se dividiram para otimizar a busca pelas novidades na maior feira de artes gráficas e papel do mundo. Antes de apresentarmos as novidades de hoje, convidamos todos para uma reflexão. Durante a feira, percebemos que algumas pessoas, infelizmente, ainda realizam negócios baseados apenas em opiniões, ao invés de reflexão; em outras palavras, praticam o “doxa” ao invés da “aletheia”.”Doxa” é um conceito chave na filosofia grega que define opinião, enquanto “aletheia” (reflexão) designa a verdade, mas não uma verdade dogmática. A aletheia é o caminho que, como a própria origem da palavra nos aponta, retira do esquecimento, desvela, traz à luz. Um termo que, ao mesmo tempo, designa a verdade e a realidade. Desta forma, é necessário considerar o contraponto das informações apresentadas, para não corrermos o risco de emitir apenas opiniões.
Uma opinião muito recorrente na DRUPA 2024 é que a automação veio para suprir a lacuna da falta de mão de obra. Um estudo recente sobre a área gráfica na Alemanha aponta que cerca de 75% das 7000 empresas do setor gráfico afirmam estar enfrentando grandes desafios devido à escassez de mão de obra qualificada. Em Portugal e no Brasil, a situação também é preocupante. Dessa forma, um contraponto é que, apesar das vantagens da automação, a presença de mão de obra qualificada é essencial para extrair o máximo de eficácia dos equipamentos. Profissionais bem treinados podem ajustar e otimizar as máquinas, resolver problemas complexos e garantir que a tecnologia seja utilizada de forma plena. A combinação de automação avançada e mão de obra qualificada resulta em uma sinergia que potencializa a produtividade e a qualidade dos produtos gráficos. Assim, não se deve adquirir um equipamento que muitas vezes custa milhões com o pensamento de que a tecnologia, por si só, irá resolver todos os problemas de produtividade e eficácia da empresa.
Em direção às novidades, realizamos também uma visita fora da DRUPA, na empresa XSYS em Ahaus, para conhecermos a fábrica de camisas para flexografia. Após a visita, fomos conhecer na DRUPA as demais soluções voltadas para pré-impressão, impressão digital, flexográfica e letterpress. Logo na entrada, é possível apreciar a força da comunicação visual aplicada na escada.
Aproveitamos a oportunidade para conhecer as novidades apresentadas pela Konica Minolta e pelas empresas parceiras de muitos anos, como Dupont, Canon, ESKO e Ricoh. Todas foram unânimes na apresentação de soluções mais sustentáveis e com alto valor de qualidade agregado aos produtos impressos para diferentes segmentos gráficos, incluindo impressão industrial, decoração de interiores, embalagens, editorial, entre outros.
Percebemos também, nas visitas de hoje, a valorização dos diferentes enobrecimentos e efeitos nos produtos gráficos, já que esses são fundamentais para agregar valor e destacar os produtos no mercado. Técnicas como laminação, verniz UV, hot stamping, relevo seco e corte especial não apenas melhoram a estética, mas também aumentam a durabilidade e a funcionalidade dos produtos gráficos. Esses processos podem transformar um material impresso simples em uma peça de comunicação sofisticada e atraente, aumentando a percepção de qualidade e o valor percebido pelo cliente.
Em conclusão, a visita à DRUPA no primeiro dia reforçou a importância de combinar tecnologias avançadas com mão de obra qualificada, sustentabilidade e inovação para alcançar a máxima eficácia e qualidade nos produtos gráficos.
Confira o artigo técnico sobre as primeiras impressões da Drupa 2024, por Elcio De Sousa e Enéias Nunes da Silva da Escola e Faculdade SENAI Theobaldo De Nigris.