A Afeigraf divulgou, na segunda semana de agosto, seu 7º Boletim Econômico, cobrindo os seis primeiros meses de 2020 e traduzindo em números o forte impacto da pandemia da covid-19 no setor.
O estudo, realizado pelo grupo de dados econômicos da Afeigraf em parceria com a Websetorial, mostra que a maioria dos indicadores de produção da indústria entre os meses de janeiro e junho deste ano apresenta queda em comparação ao mesmo período de 2019. O único resultado positivo foi registrado na produção de produtos diversos que utilizam papel, cartolina, papelcartão e papelão ondulado, como cadernos e papel cortado, com tímido aumento de 0,2%. Na atividade de impressão, que inclui impressão em jornais, revistas, livros, papel moeda, etiquetas, rótulos, impressos publicitários e promocionais, incluindo lona e vinil, bulas e manuais, a queda apresentada foi de 33,6%. Em relação à produção de insumos como tintas, vernizes, esmaltes, lacas e produtos afins, o tombo foi de 10,9%.
No caso da indústria de embalagens, os itens de papel, cartolina, papelcartão e papelão ondulado, a queda foi de 2,5% em relação ao primeiro semestre de 2019. A única elevação aconteceu nas embalagens de plástico, com crescimento de 1,8%.
Em relação ao volume de vendas, o segmento de livros, jornais, revistas e papelaria teve uma redução drástica de 28,7%. No varejo, o encolhimento nos seis primeiros meses de 2020, de acordo com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros, SNEL, foi de 12,28%.
Como já era esperado, a indústria gráfica cortou 26.789 vagas no primeiro semestre, o que significa queda de 12,2% no contingente de trabalhadores empregados ao se comparar dezembro de 2019 e junho deste ano. Todos os setores apresentaram números negativos, com destaque para a produção de material de segurança (cédulas, talões de cheques e ingressos), com diminuição de 15%, e acabamentos gráficos, com redução de 19,9%.
A importação de máquinas e equipamentos gráficos teve um recuo de 16% entre janeiro e junho de 2020 em relação ao mesmo período de 2019. Todos os números são negativos, sendo o maior impacto registrado na compra de linhas de acabamento, com queda de 37%, offset rotativa, menos 23%, e impressão digital, com desaceleração de 18%. O setor de máquinas planas recuou 12% em relação ao primeiro semestre do ano passado. O principal exportador de equipamentos para o Brasil é a China, responsável por 20% do total de máquinas adquiridas, seguida pela Alemanha, com 18%. Os equipamentos chineses representam 17,6% do mercado de impressão digital e estão na liderança nos segmentos de flexografia, com 45,9%, e offset plana, com 42,1%. A Alemanha está na frente em offset rotativa, com um 49,8%. Em relação aos insumos, a importação de chapas foi 9% menor este ano, e de tintas, 8%.
Na exportação de produtos impressos, os destaques são a elevação de 8% em livros e revistas, de 37% em etiquetas e 4% em envelopes.
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